A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou, em primeira discussão, nesta terça-feira (22/10), o Projeto de Lei 2.360/23, de autoria original da deputada Marina do MST (PT) e do presidente da Casa, deputado Rodrigo Bacellar (União), para determinar o tombamento por interesse histórico da Companhia Usina Cambahyba, em Campos dos Goytacazes, usada durante a ditadura cívico-militar para incinerar o corpo de desaparecidos políticos. A medida precisa passar por uma segunda votação em plenário.
O túmulo tem como objetivo proteger as modificações locais que possam comprometer sua integridade histórica. O projeto impede qualquer destruição ou descaracterização da área, permitindo apenas intervenções que estejam em conformidade com os princípios de preservação e que promovam a criação de um espaço cultural. No depoimento do ex-delegado Cláudio Guerra à Comissão Nacional da Verdade, ele admitiu ter incinerado, nas instalações da usina, os corpos de 12 desaparecidos políticos, entre eles Ana Rosa Kucisnky e Fernando Santa Cruz.
“Tombar o parque industrial da usina Cambahyba por interesse histórico é uma forma de garantir o direito à memória, à verdade e à justiça com reparos pelas sepulturas visíveis de direitos humanos ocorridos durante e após a ditadura região nessa, em Campos dos Goytacazes, uma região registrada historicamente por conflitos e até os dias de hoje, mas que deve ser lembrada pela capacidade de resistência daquelas e daquelas que a ocupam diante da ausência de qualquer função social desse tema marcada por opressão e violação dos direitos humanos”, comentou a autora, deputada Marina do MST (PT), em plenário. (…)